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Swing e o Sexo Consentido

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Há algumas semanas publicamos um post contando que estávamos indignados com a atitude de algumas pessoas que ficavam passando a mão no meu corpo no reservado da casa de swing. Muitos concordaram, muitos não concordaram, muitos nos criticaram, outros tantos nos apoiaram. Independente de qualquer coisa, nós publicamos aquilo que pensamos que deveria acontecer nos relacionamentos, mesmo que seja dentro de uma casa de swing: sexo consentido.

Semana passada o senado aprovou um projeto que pune importunação sexual e, como eu já queria esclarecer diversos fatos sobre o “passar a mão nos outros” em casa de swing, a notícia não poderia vir em melhor hora.

Esta Lei acrescenta o art. 213-A ao Decreto-lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940, o “Código Penal”, a fim de tipificar o crime de importunação
sexual.

“Importunação sexual
Art. 213-A. Constranger, molestar ou importunar alguém,
com a prática de qualquer ato libidinoso não consentido:
Pena – reclusão, de dois a quatro anos.”

Está no imaginário social que uma das coisas mais características da prática do swing é essa “passação” de mão nos corredores da casa. Sei disso porque eu pensava assim. Inclusive, essa fantasia era uma das que eu achava mais legal quando comecei a frequentar o mundo colorido. Acontece que, com o tempo, fui entendendo que o respeito é fundamental e que sexo não consentido não é legal (pra não dizer que é crime, né?).

Para deixar claro, o termo “passar a mão” se refere a colocar a mão em áreas íntimas (região dos genitais, bumbum, seios), enquanto alguém passeia pelos corredores da casa de swing. Quando alguém quer tentar uma aproximação, geralmente usa as mãos para sinalizar que está afim de alguém – porque lá dentro está escuro, para chamar a atenção dele ou mesmo para dizer “hello, estou afim”.

PARÊNTESES: tocar no corpo de outra pessoa pode sim, ser o início de um sexo muito bom. Porém, o bom senso dita que esse toque seja em áreas neutras (ombros, braços, cabelos) pois se a pessoa não quiser interação, ela vai se afastar antes mesmo que haja outro toque. E se ela quiser interação, dará o consentimento para um toque mais íntimo. Todavia, é bom esclarecer que mesmo um toque em área neutra pode ser tomado como invasivo pela outra pessoa.

Infelizmente nós vivemos numa época em que é complicado esperar que todos tenham bom senso, até porque, o bom senso de um pode não ser o bom senso do outro. Chegamos ao ponto de termos determinadas leis para tentar controlar uma situação que deveria ser óbvia para qualquer um que vive em sociedade.

Não deveríamos ter que colocar uma lei para estupro, para sexo não-consentido, para importunação sexual; deveria ser lógico para todas as pessoas: não se faz sexo sem autorização do outro! E mesmo autorizado, há casos em que não se faz sexo de jeito nenhum! O mesmo serve para o swing. Não deveríamos ter que dizer que não pode sair pegando nas partes íntimas dos outros sem o consentimento deles, não deveríamos ter que dizer que não se faz sexo forçado, nem deveríamos dizer que não se faz swing só para satisfazer o parceiro.

E agora, é importante entender que não é porque estamos numa casa de swing que viramos animais. As leis que regem a sociedade se aplicam igualmente ao swing, ou seja: pedofilia é crime em qualquer lugar, estupro é crime em qualquer lugar, importunação sexual agora é crime em qualquer lugar. Não é uma “bobagem” da Marina nem um “exagero” do Marcio. É bom senso, é respeito e agora tem a aprovação do senado nacional. Sexo de qualquer tipo, inclusive no swing, só se for consentido.

Beijosssssssssss

 

Fonte:

PL Art. 213-A

https://veja.abril.com.br/brasil/senado-aprova-projeto-que-pune-importunacao-e-agrava-crimes-sexuais/

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