Semana passada comentamos sobre uma tendência que paira no cenário swinger atual. Duas vertentes, fortes, com muita coisa em comum mas que se diferenciam cada vez mais uma da outra. É o swing e o liberal. Vamos entender melhor cada um deles antes de continuar?
Swing é a troca de casais na relação sexual. Liberal é o indivíduo e/ou ambiente partidário da liberdade, no caso, a liberdade sexual. Agora veja bem, ser partidário, respeitar, gostar, não é a mesma coisa de praticar. É possível ser solidário e respeitoso a quem pratica o swing sem ser adepto da prática da troca de casais. São duas coisas que possuem muito em comum mas com uma diferença marcante: a ação. A pessoa que se diz liberal não necessariamente pratica o sexo liberal. Já a pessoa que se diz swinger subentende-se que pratica a troca de casais.
O que temos percebido nestes quase dez anos de mundo swinger é que a veia liberal cresceu tremendamente. Impulsionada pela maior aceitação da diversidade sexual, pela abertura do tema swing na mídia e pela crescente busca pelo bissexualismo feminino, as casas de swing, antes destinadas exclusivamente aos casais, viram uma oportunidade de negócio nas baladas liberais.
Consequentemente, os investimentos foram direcionados a chamar um novo público (claro, porque é preciso renovar), nem sempre disposto a praticar o swing mas com uma vontade enorme de ser liberal (afinal é moda ser descolado). Isso sem falar na curiosidade de conhecer um lugar diferente, um “eu” diferente, um “companheiro” diferente.
Entendam, queridos, não é uma crítica. É apenas um relato do que temos visto por aí. Nós, inclusive, encorajamos muitos casais a experimentarem uma noite diferente, sem a necessidade de relações sexuais com outras pessoas. É o primeiro passo para quem quer ser swinger. Muitos não continuam a caminhada, alguns nem sequer chegam a dar o segundo passo.
E graças a essa nova vertente liberal que cresce a cada dia muitos casais encontram nela o equilíbrio sensual que procuram para suas relações. É como a pimenta, uns gostam de pratos bem apimentados, outros só precisam de respingos para estarem satisfeitos. É aí que entra a diferença entre swing e liberal.
Por vezes fomos à festas onde a prática do swing era desencorajada, seja pela falta de locais para sexo ou pela escassez de casais à procura de sexo. Foi apenas nesse carnaval, que a ficha caiu quando um amigo nos disse assim: “você consegue imaginar essas patricinhas, menininhas delicadas como bonecas de porcelana transando para todo mundo ver?”
E é verdade! A gente que vai em festa quase todo fim de semana já sabe que tem casais com os quais não vai rolar sexo naquele ambiente. Não é porque eles não gostem de sexo, simplesmente é diferente daquela imagem construída (e quase nunca real) de swing, onde todos ficam pelados e ninguém é de ninguém. Como já dissemos antes, a palavra swing significa a troca de casais mas o meio swing representa uma enorme gama de práticas sexuais, entre elas o swing.
Talvez se faça necessário um renomeamento (vixi, essa palavra existe??) para as festas e baladas. Desde o começo até hoje, nós mesmos dizíamos que balada liberal e casa de swing tinham o mesmo objetivo, só o nome é que era diferente. Agora já não temos mais tanta certeza disso. Prova dessa incerteza tivemos em BC agora, quando no último dia de carnaval a Liberty estava lotada de casais – os mesmos que lotaram as festas liberais nos dias anteriores, todos com o mesmo discurso: “se não for hoje (se referindo a sexo) não é mais”, incluindo nós mesmos.
Quando quisemos sexo nós sabíamos exatamente aonde ir, mesmo não sendo super fãs do lugar. O fato é que alguns lugares são muito eficientes naquilo que se propõem a oferecer, como uma casa de swing. Assim como outros são muito eficientes naquilo que se propõem a oferecer, como as baladas liberais. Qual é melhor? Talvez essa não seja a questão aqui. Acho que mais importante é perguntar: que VOCÊ quer? Liberal ou swinger, tem espaço para todos, tem diversão para todos e é preciso ter respeito por todos.
Beijosssssssss