Antes de perguntar se símbolos de swing existem mesmo, talvez devêssemos nos perguntar o que faz alguma coisa virar símbolo. Perguntei pro chat gpt e ele disse o seguinte: para algo ser considerado um símbolo, ele precisa representar algo além de sua forma física, ser reconhecido e aceito por um grupo, e ter um significado associado a ele através da cultura ou contexto social.
Vira e mexe esse assunto vem à tona e eu, de verdade, não acredito que exista um símbolo de swing. O que eu sei é que existem vários grupos de swingers (grandes e pequenos) que escolhem ou criam sinais para si. Mas, definitivamente, não existe um único símbolo que todos os swingers reconhecem como tal.
Por conta disso, o que a gente encontra é uma imensidão muito criativa de coisas – às vezes bem aleatórias – que ganharam fama de símbolo de swing. Mas que no fundo, não representam nem 10% dos swingers que conhecemos.
Símbolos de swing pra quê
Já tem uns 18 anos que a gente está no mundo do swing e garanto que já vi vários grupos tentando estabelecer “o” símbolo do swing. Nunca funcionou por alguns fatores:
- Em sua grande maioria, quem vai no swing não quer ser reconhecido fora do contexto swinger.
- Se já estamos em um ambiente swinger, como uma festa ou um clube, um símbolo que conecta todo mundo em volta da ideia do swing perde o propósito, afinal, todos que estão ali já estão ali pra swing.
- Entre identificar um swinger e, de fato, rolar uma troca de casal, há um Grand Canyon de distância; que na prática pode nunca acontecer nada entre vocês e o casal que usa o símbolo. Ou seja, usar um símbolo para fazer swing é perda de tempo, há jeitos mais fáceis e eficazes pra isso.
- Símbolos mais conhecidos são, geralmente, de empresas que trabalham com swing. E, a menos que exista ganho para ambos os lados, essas empresas não se unem. Quantas vezes você já viu a Coca e a Pepsi juntas?
As características de um símbolo
Para que algo seja considera um símbolo de swing ele precisa ter:
1. Representatividade – Um símbolo precisa representar algo maior do que ele mesmo. Ele pode ser uma ideia, conceito, grupo, emoção, ou algo tangível.
2. Associação Cultural ou Contextual – O significado de um símbolo é determinado pelo contexto cultural, histórico ou social em que ele é usado. Essa associação é aprendida, não inerente ao símbolo em si.
3. Reconhecimento Coletivo – Um símbolo deve ser reconhecido e compreendido por um grupo de pessoas. Ele funciona porque várias pessoas atribuem o mesmo significado a ele.
4. Abstração – O símbolo muitas vezes simplifica ou abstrai o conceito que representa, permitindo que ele seja mais universal ou abrangente.
5. Capacidade de Comunicar Ideias – Um símbolo pode transmitir informações, emoções ou ideias sem o uso de palavras. Ele é visual, verbal ou gestual, funcionando como uma linguagem não verbal.
6. Durabilidade e Repetição – Símbolos muitas vezes se tornam poderosos porque são repetidos ao longo do tempo, ganhando significado estável e duradouro.
7. Versatilidade – Um bom símbolo pode ser usado em diferentes contextos e manter seu significado essencial.
8. Ambiguidade Intencional – Muitos símbolos têm um significado aberto, permitindo interpretações variadas, o que os torna amplamente aplicáveis.
Confirmando um Símbolo de Swing
Essa semana um repórter do jornal O Globo nos entrevistou sobre esse assunto. Queria saber se a gente tinha tatuado um símbolo de swing. Eu expliquei que era o nosso logo do blog, criado em 2013 e que algumas pessoas já tinham tatuado também, mas que não era um símbolo oficial do swing.
Ele respondeu que agora é que ele estava interessado mesmo, porque tinha acabado de conversar com uma professora da USP sobre simbologias, contado o nosso caso, e ela tinha dito que se tratava sim de um símbolo de swing. Afinal, representa algo além da forma física, está dentro de uma cultura específica e é reconhecido por um grupo.
Fiquei pensando em quantas vezes ouvi vocês, leitores, dizendo pra gente transformar nossa borboletinha em símbolo de swing e acho que já é. Quando alguém vê a borboleta e diz pros amigos “Marina e Marcio estão lá? então nós vamos”. Quando uma rede exclui fotos de membros só porque aparece nosso símbolo. E quando me mandam fotos do nosso símbolo tatuado; quando criam perfis fakes e colocam nosso símbolo como capa…
Símbolo Marina e Marcio
A princípio a ideia era uma borboleta, simples, afinal tudo o que tem asas traz um significado de liberdade, de aventura, de desbravamento. É incabível ter asas para voar e permanecer no mesmo lugar a vida inteira. Você pode voar sozinho? Sim, pode. Mas não é disso que se trata o nosso mundo da não exclusividade. Não poderíamos usar uma simples borboleta como símbolo.
Por isso a ideia do corpo da borboleta ser um casal. Além do símbolo óbvio de que o swing é troca de casais com as asas simétricas de cores diferentes, queremos simbolizar a cumplicidade que deve existir entre os parceiros para a prática do swing. Fica bem difícil levantar vôo com apenas uma asa. É preciso que as duas estejam funcionando bem – e harmonicamente – para que o vôo aconteça sem problemas.
Enfim, acreditamos que esta imagem reúne a essência daquilo que pretendemos passar para todos os parceiros que estão começando no meio swinger.
Identificando e Usando o Símbolo
No fim, quem faz um símbolo virar um dos símbolos de swing, são vocês. Quando vocês se indentificam, usam e recomendam porque se sentem parte de um todo muito maior que nós, Marina e Marcio. O repórter perguntou como eu me senti vendo outras pessoas usando nosso símbolo como símbolo de swing e eu tive dificuldade para encontrar uma palavra.
Não é só alegria ou satisfação, mas acredito que seja uma sensação de dever cumprido, sabe? Conseguimos, em uma imagem, traduzir algo que muitos casais sentem, e que nem sempre sabemos colocar em palavras. São anos de posts, anos vivendo o lifestyle porque gostamos, anos trabalhando para tirar o estigam do swing. A sensação é de ter feito alguma coisa certa. Sigamos!
Beijosssssssssssss