Ícone do site Marina e Marcio

Sensualidade e Respeito Juntos na Mesma Mulher

Sensualidade e respeito podem aparecer juntos na mesma mulher? “Impossível!” muitos dizem em alto e bom tom, se orgulhando de evitar a sensualidade a todo custo em nome do reconhecimento social. É como se a mulher só pudesse mostrar ao mundo uma coisa: ou o quanto é gostosa ou o quanto é capaz.

Pode uma mulher que está sempre seminua, exalando sensualidade, ser reconhecida e respeitada? Sim, pode! E não só pode, como deve, se assim quiser. A resposta parece tão óbvia (né?) mas na realidade o preconceito ainda fala muito alto. E pasmem: mesmo dentro do meio liberal!

Existe ainda uma ideia enraizada de que liberdade sexual e emoção são coisas opostas, quase antagônicas. Como se, ao ser uma mulher livre, dona do seu desejo e da sua sensualidade, você automaticamente se tornasse uma pessoa superficial, fria e indigna de ser ouvida. E, olha… o que tem de gente tentando desligar a própria sensualidade, achando que isso vai torná-las mais “respeitáveis” ou “aceitáveis” dentro e fora do meio liberal… não é brincadeira!

Mas a verdade é que nós, mulheres, temos a responsabilidade (e, eu diria, até a missão) de quebrar esse tabu.

A velha crença: bonita ou inteligente?

Quando eu era mais nova, o que se dizia era que mulher bonita não era inteligente. E se fosse loira, então… nossa, tinha até música pra reforçar esse absurdo! Parece coisa do passado, mas ainda hoje encontramos resquícios dessa mentalidade.

Quantas vezes você já ouviu ou percebeu que, para ser levada a sério, uma mulher precisa ser discreta, esconder o corpo, conter sua sensualidade? Tem que se vestir de preto, usar roupas sóbrias, evitar decotes, ser quase invisível — corporalmente falando — para que sua capacidade intelectual seja reconhecida.

Pois eu discordo profundamente disso. Muito!

Liberdade é ser quem quiser

Sexy, elegante, intelectual… ou tudo ao mesmo tempo! Defendo, com todas as letras, que toda mulher tem o direito de ser sexy, elegante, vulgar ou simplesmente intelectual — se assim quiser. E nenhuma dessas escolhas deveria colocá-la numa posição “melhor” ou “pior” que outra mulher.

Principalmente dentro do meio liberal, que se propõe a ser um espaço de liberdade, de não julgamento, de diversidade. Ainda assim, infelizmente, a gente vê certos padrões morais sendo reproduzidos — e, muitas vezes, por quem deveria justamente combatê-los.

A gente precisa, como comunidade swinger, se libertar dessas prisões herdadas da lógica monogâmica, que determinam o que uma mulher “deve” ser, fazer ou parecer para merecer respeito ou reconhecimento.

Não: é preciso falar toda vez que respeito não se conquista pelo tamanho da roupa, nem pela quantidade de parceiros, nem pela postura “comportada” ou “despudorada”. Tudo isso é tentativa de controle do corpo da mulher. Respeito se conquista pelo convívio, pelo real conhecimento de quem é a pessoa — independente de ser homem, mulher, solteiro, casado, hétero, bi ou qualquer outra identidade.

O respeito é sobre caráter, não aparência

Essa é uma das maiores lições que aprendemos vivendo o meio liberal: quem vê cara não vê coração. Pode parecer clichê, mas é uma baita verdade.

Pra ver o coração, é preciso ir além. Sair da superficialidade, do “oi, sumido”, e ir para um “seu filho está melhor?”. É sair do julgamento raso do “afff, que mulher chata” e chegar no “eu a conheço e sei porque ela se chateia”.

É aprofundar as conexões, ter interesse genuíno pelo outro, não só pelo que aparece na vitrine das redes de swing, mas também pelo que brilha nos bastidores da vida real — onde todos temos alegrias, tristezas, inseguranças e sonhos.

Humanidade no swing: somos todos gente, afinal!

No fim das contas, o meio liberal — assim como qualquer outra comunidade — é formado por seres humanos. Com emoções, sentimentos, dias bons e dias ruins, família, trabalho, contas pra pagar e esperança de um futuro melhor.

E, claro, como em qualquer grupo, também teremos os invejosos, os narcisistas, os antisociais, os mal-intencionados. Isso faz parte do pacote — da vida e das relações humanas.

Mas cabe a nós escolher como vamos nos posicionar: vamos reforçar estereótipos e julgamentos rasos ou vamos construir um ambiente mais acolhedor, mais respeitoso e mais verdadeiro?

Sensualidade e reconhecimento podem (e devem!) caminhar juntos

Ser uma mulher livre não significa ser fria, insensível ou destituída de afetos. Significa ter consciência sobre seus direitos, sua sensualidade e suas emoções, sem precisar caber num estereótipo ou agradar a uma expectativa social.

E esse é o convite que deixo aqui, pra quem vive ou quer viver o meio liberal: vamos construir relações mais profundas, mais respeitosas, mais humanas. E, principalmente, vale lembrar: nenhuma mulher deveria esconder sua sensualidade pra ser levada a sério. Vamos fazer isso sair da teoria e virar realidade – pelo menos no “nosso” meio liberal?

Beijossssssssssss

Sair da versão mobile