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Presente Sexual de Grego

Marina ganha presente sexual de grego

Vez ou outra alguns leitores sentem vontade de nos dar algum presente. Recentemente ganhamos um jogo de cartas, de um casal que nem é adepto do swing mas curte ler as coisas que escrevemos. Eles estavam de férias pela Europa e ao passar pela Grécia viram esse souvenir, lembraram da gente e trouxeram para nós.

Trata-se de um jogo de cartas com desenhos da sexualidade grega, retratando corpos nus e posições sexuais das mais diversas: menage, relações homossexuais, deuses, etc. (Porque será que lembraram da gente? kkkkkk). Junto com o presente veio um email:

Somos leitores assíduos do seu blog.  Eu gosto muito. Quando estávamos na Grécia me deparei com muitos souvenirs eróticos (não sei se vocês conhecem). Curioso que lá é vendido e mostrado em bancas de jornal sem nenhum tipo de intenção de se esconder ou mascarar este tipo de demonstração típica do ser humano.  

O “Sátiro” por exemplo é uma figura mítica que tem um enorme pau grande e duro.  Dele tem inúmeros souvenirs de chaveiro a abridor de garrafas em forma de penis.  Tudo abertamente mostrado em todas as lojas, bancas e barracas de rua. Foi neste momento que me lembrei de vocês  – de novo e pra desespero da minha mulher. 

Pensei em trazer para vocês pra de alguma forma ajudar a exemplificar que isso já acontecia  a pelo menos 5000 anos.  Nem de longe é algo novo fruto de uma sociedade imunda e sem Deus… Concordo que a humanidade piorou no sentido de esconder/abafar algo que é inato – uma pena.  

De toda sorte estão aí registros que demonstram não ser algo tão mundano que venha a chocar as mentes mais conservadoras. Pelo contrário, é algo já pensado e feito a milênios. 

Em tempo: não somos do meio.  Mas gosto muito da narrativa de vocês. Enfim gostaria extremamente que isso venha ao encontro daqueles que pensam nisso e daqueles que  acabam se limitando pelos conceitos “puritanos” que embaçam a visão do lindo horizonte que nos é proporcionado na vida.  

Um abraço e votos de que possam ajudar mais pessoas nesta jornada.  

Curiosa que sou, fui ler sobre a sexualidade na Grécia Antiga, afinal, diz-se que lá foi o “berço da civilização”, certo? Então deveríamos no mínimo ter um olhar mais atento ao que acontecia por lá no campo da sexualidade. As relações sexuais entre homens é o que mais aparece nos resultados de pesquisa. Até porque, na antiguidade, a mulher não tinha direitos, a não ser, procriar.

Mas os gregos tinham uma visão muito interessante sobre a mulher na área sexual. Demócrito considerava uma coisa terrível uma mulher argumentar, porque sua mente é mais aguçada que a do homem em pensamentos malignos. E Menendro, famoso poeta grego, desencorajava a educação da mulher, uma vez que, para ele, isso equivaleria a tornar uma cobra mais venenosa. (kkkkkkk adorei!).

Os homens mantinham relações sexuais entre si, mas não como a homossexualidade que entendemos hoje e sim, como mais uma das inúmeras práticas sexuais para experimentar (sexo a três, a quatro, orgias, grupal…). É claro que cada sociedade no decorrer da história cria sua própria ideia de moral; nem tudo o que acontecia antigamente é bem visto hoje.

A herança judaico-cristã e o discurso científico surgido no século XIX D.C. liga as relações sexuais às noções de culpa e pecado, de abstinência e controle dos desejos, considerados, de uma maneira ou de outra, ligados às forças do demônio. Os gregos não tinham esse conceito. Me parece que o sexo na Grécia Antiga era mais próximo do sexo liberal como entendemos hoje do que qualquer outra coisa – o que vale é o tesão do momento.

Nosso muito obrigado pelo presente. Mais do que um souvenir, ganhamos conhecimento e cultura. Valeu mesmo!! E fica aqui nosso convite à você, leitor, que encare o sexo como algo natural do ser humano. Algo que sempre existiu, que sempre existirá e que pode ser muito mais leve.

Freud disse que é quase impossível conciliar as exigências do instinto sexual com as da civilização, mas Chico Xavier resume bem muito do que falamos por aqui: “não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade.” 

Beijossssssssssss

Fontehttps://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=3390 © Luso-Poemas

 

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