Se você está pesquisando sobre swing já deve ter visto um montão de coisas. Algumas devem ter chamado a atenção enquanto outras podem ter te assustado. Verdade seja dita: o swing não é uma ciência, nem um comportamento aceitável socialmente, por isso poucas pessoas vão atrás de estudar suas complexidades para que a gente tenha, de fato, uma definição sólida do que é o swing.
Eu sou uma dessas poucas pessoas que tenta teorizar a troca de casais, faço isso porque eu gosto de pensar, de fazer conexões entre as coisas e por ser praticante de swing também; o que facilita todo o processo de conceituação. É a partir desse todo (atendimentos psicológicos, conhecimentos sobre a mente humana e conhecimentos empíricos sobre o swing) que descrevo minhas teorias malucas (ou nem tanto assim, hehehe).
Vamos lembrar que existem dois significados para a palavra swing: a troca de casais (prática sexual não convencional) e o sexo livre (um tantão de práticas sexuais não convencionais juntas e misturadas). Ambos tem como base principal o casal, a diferença é que enquanto o sexo livre usa o casal como isca, o swing dá um upgrade na relação do casal que o pratica.
Em 13 anos de swing vocês podem imaginar que já fizemos muita coisa; e sim, já realizamos quase todas as fantasias que quisemos. E de todas elas, apenas a troca de casais – aquele mesmo fora de balada, de olhares de terceiros e do oba-oba do stylish de ser liberal – nos faz sair melhores do que quando chegamos ao encontro.
Num swing “quadradinho” (dois casais) não é só o sexo que está na cama. “Quando dois casais trocam de parceiros eles estão trocando emoções e sentimentos, vontades e desejos, defeitos e acertos. Por isso que o swing não pode ser reduzido a um simples ato sexual ou a uma orgia desvairada. O swing é envolvente e é assim que o casal aprende que o amor que existe entre eles está muito acima de qualquer forma de sexo. A cumplicidade se instaura e a plenitude da vida a dois se torna uma realidade. Não por causa do sexo – ou a falta dele – mas porque houve uma entrega total de um em prol do outro.” (O Manual Mínimo do Casal Swing, 2017, Marina Rotty).
Fazer sexo com alguém é fácil, difícil é ver quem você ama fazendo sexo com outra pessoa. É por isso que é muito mais fácil trair do que swingar. Vocês ficariam chocados com o que eu ouço de solteiros que se dizem do swing, nos contou um single há um tempo atrás.
Por anos ele foi um dos singles mais cotados para festinhas na cidade de São Paulo, até que um dia se apaixonou e começou a namorar sério. Foi então que ele nos chamou para uma conversa e confessou que só agora entendia a complexidade do swing. “Não é nada fácil ver a mulher que eu amo, aquela que eu quero proteger de todo o mal, que trabalho duro todos os dias para dar o melhor para ela, gozando com outro homem”. Outros já disseram que tem que ser muito macho pra fazer swing (kkkkkkk).
Existem ainda aqueles que insistem para que as esposas se soltem, conheçam o swing, sejam exibicionistas, saiam com outros… e quando isso finalmente acontece, eles se dão conta de que não é nada fácil ver a pessoa amada curtindo o sexo com outro. Resumindo tudo: swing é tão complexo que muitos desistem no meio do caminho.
Isso é um reflexo da possessividade do amor tradicional, ensinado a todos nós como a única forma de amar, mas é preciso ressignificar o amor para praticar swing. Quando você diz “minha mulher” ou “meu marido” você está repetindo um comportamento que lhe foi ensinado. Um comportamento baseado em uma sociedade patriarcal onde tudo vira posse, até mesmo um sentimento tão complexo e livre como o amor.
A ideia de ressignificar o amor é trocar a possessividade pelo amor liberto, um amor mais próximo da realidade conjugal e que tem mais chances de se perpetuar em um relacionamento de verdade. Para isso, trocar o “minha mulher” por “a mulher que eu amo” e o “meu marido” por “o homem que eu amo” pode ser um bom começo. É por aí que o swing começa a trazer benefícios para aquele casamento que estava morno, largado num canto, esquecido na rotina.
Sem toda a complexidade da troca de sentimentos e emoções, de desejos e vontades, de defeitos e acertos, o swing é só sexo livre e não agrega nada a sua vida além de 5 a 6 segundos de prazer. Já o swing troca de casais, é uma experiência, é um lifestyle, é um upgrade na vida dos seus praticantes, individualmente e como casal. Esse, meus amores, é o swing que faz diferença na vida dos casais.
Beijossssssss