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O Mito da Caverna no Swing

Um grupo de homens prisioneiros vivia amarrado desde a infância em uma escura caverna. Eles eram obrigados a ficar de costas para a luz, por isso constantemente viam nas paredes imagens de sombras que refletiam imagens do que se passava do lado de fora. Essas projeções eram feitas por outras pessoas (que podem ser denominadas como “amos da caverna”, responsáveis por elaborar o esquema do aprisionamento) com o auxílio da luz de uma fogueira, que encontrava-se atrás dos presos.  Passavam por ali todos os dias homens transportando coisas e as paredes ocultavam seus corpos. Os prisioneiros só viam as sombras do que os homens estavam transportando. Certo dia um dos prisioneiros conseguiu escapar da caverna e se depara com uma luz que nunca tinha visto antes, que agride seus olhos. E agora: fica na luz ou volta para a caverna?

Este, senhoras e senhores, é o Mito da Caverna, conhecida historinha filosófica de Platão. Mas pode ser que você nunca tenha lido – nem mesmo ouvido falar nela. Foi uma das primeiras aulas que tive na faculdade e até hoje eu a considero incrível, até porque, vivemos todos em um mundo só nosso acreditando que nossas sombras são nossa realidade definitiva.

Ir para a luz, fugir das correntes, sair da escuridão, meus amores, dá medo. Muito medo. Tanto medo que milhares de pessoas preferem continuar atrás da parede, presas, olhando para projeções que lhes são apresentadas do que encarar as coisas como elas são.

Realidades Irreais

A realidade que vivemos é aquela na qual acreditamos, seja ela real ou não. E é muito comum encontrarmos no swing pessoas que vivem uma realidade completamente irreal, daquelas que só existem na cabeça delas. Sabem porque? Porque as pessoas vão para o mundo liberal realizar fantasias, e quando encontram um ambiente de liberdade elas soltam todas, não apenas as sexuais. Daí o motivo de encontrarmos pessoas que só curtem dançar ou se exibir.

Eventualmente essas pessoas chegam até as redes de swing e descobrem outras realidades paralelas, acreditando piamente que fazer parte desses grupinhos é a maior realização de vida que poderiam ter. Status, poder, ambição… são as únicas coisas que importam, porque são incapazes de sair da caverna e enxergar outras realidades. 

Quando nos damos conta de outras realidades ao nosso redor, mudamos – porque incorporamos essas realidades à nossa. Enquanto não há mudança, continuamos como prisioneiros na caverna, fazendo questão de ignorar a irrealidade da nossa própria realidade. É tão apavorante se dar conta de que toda a sua vida tem sido numa caverna que é mais fácil continuar ali, preso, do que reformular sua realidade. É aí que entram os “amos”, pessoas que sabem que a caverna é irreal, mas escolhem ficar lá dentro mesmo assim só para garantir um status que não vale nada fora dali.

O Mito da Caverna continua:

Com o tempo, o homem, agora livre, acostuma-se com esta nova situação. Ele considera essa realidade como iluminada e fica maravilhado, não desejando mais retornar para a prisão. Ele pensa também em seus companheiros e por isso decide revelar a realidade de fora da caverna para eles. Então, no diálogo proposto por Platão, Sócrates diz para Glauco imaginar o que aconteceria se tal homem retornasse à caverna a fim de “abrir os olhos” de seus irmãos. Eles chegam à conclusão de que o homem seria ridicularizado por muitos dos prisioneiros, diriam que ele está louco e por fim, o matariam.

Não preciso ser nenhum gênio pra saber que tem muita gente que vive uma realidade diferente da minha, mesmo dentro do swing. E por estarmos no mesmo barco porém enxergando realidades diferentes, somos criticados por muitos membros. Alguns me chamam de louca, falsa ou sei lá o quê. Outros “amos” tentam “matar” Marina e Marcio para suas cavernas particulares.

Mas eu acho isso tudo bem, porque faz parte do universo do swing querer que todos sejam livres para escolher o que fazer, inclusive continuar na sua caverna – acreditando nas projeções que os amos entregam. É direito de cada um acreditar no que quiser. Só não venha dizer que o outro é que é louco porque, na verdade, ele só está vendo aquilo que você se nega a enxergar. 

Estamos Todos no Mito

A interpretação do mito conta que a luz é o conhecimento enquanto os amos da caverna são as pessoas que manipulam os prisioneiros, ou seja, são as pessoas que, pensando que obterão benefícios, controlam e alienam o povo. Diferente dos prisioneiros, eles não estão acorrentados e conseguem enxergar a saída da caverna, mas estão igualmente presos, pois temem que no mundo externo não tenham os mesmos privilégios que adquirem por meio da “cegueira” da população que dominam. 

Ah queridos, sabem porque eu escrevo sobre o mito do caverna? Eu já vivi todas essas realidades que o mito apresenta e hoje, eu ainda acrescentaria outras cavernas quando saímos de uma. Porque penso que todos nós vivemos saindo de cavernas toda vez que adquirimos conhecimento suficiente para entender o quanto alguma rede, ambiente ou ideia é limitante. Saímos de uma caverna quando começamos no swing, saímos de outra caverna quando abrimos nossa vida para os filhos, saímos de outra caverna quando deixamos o CRS… Não sei qual será a próxima caverna da qual vamos sair – porque ainda não me dei conta de outras realidades na nossa nova realidade. (vish que eu tô filófosa hoje kkkkkk). E você? Qual é a sua realidade hoje?

 

 

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