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O Meio Liberal é Realmente Liberal?

o meio liberal não é tão liberal assim

Não é de hoje que essa pergunta paira nas comunidades de swing, também não será a última vez que eu ou você ouviremos alguém questionar se o meio liberal é realmente liberal. Vira e mexe aparece alguém perguntando ou afirmando que o nosso lifestyle não é tão liberal assim.

Tem uma frase de uma música que eu gosto bastante que diz: “everything is never as it seems”. Gosto bastante porque me faz pensar duas vezes em qualquer coisa que apareça por aí, e, pensando bem, “tudo nunca é o que parece”. E a gente só descobre isso depois que conhecemos melhor cada “coisa”.

Daí que você ouve alguém falar sobre o mundo liberal, ou vê uma matéria na televisão, ou mesmo lê um artigo na internet e pensa: é isso o que eu quero. Começa a pesquisar sobre o assunto e vai descobrindo aos poucos que existe mesmo um “mundo” por trás daquela faísca que te deu o start. Mas somente quando você experimentar a vida liberal é que vai começar a entender – de verdade – que o meio liberal não é tão liberal como você pensava.

Porque apesar do discurso lindo, nem sempre a gente faz o que quer fazer. Todo mundo quer ser politicamente correto mas na prática – na hora que o fiofó tá na reta – o discurso muda. “Não é bem assim”, “eu nunca quis fazer swing”, “até no liberal tem regras”. A pessoa precisa ser livre para viver o liberal, e não estou falando de solteirice aqui, mas de pensamentos livres que geram atitudes livres.

No caso do swing complica mais ainda, porque envolve o casal, então não adianta só um dos parceiros ter a mente livre se o outro não pensa como ele. Frases como “com ele(a) você não fica” ou “ali você não vai” são características de que o discurso “somos liberais” não é bem assim. Porque o liberal não dita o que o outro tem que fazer – o prazer dele é ver o outro sentindo prazer, mesmo que ele não sinta tanto prazer na mesma coisa.

Níveis liberais

Eu até acho que o meio liberal tem níveis. Acredito nisso porque também acredito que ninguém foi criado para pensar em liberdade sexual. Ninguém, quando criança, pensou um dia: “quando crescer eu vou fazer swing”. A gente entra nesse mundo engatinhando, aprendendo cada vez mais, mudando nosso jeito de pensar. Cada pessoa tem um tempo próprio e feliz do casal que muda ao mesmo tempo (ou com um gap pequeno) porque as diferenças serão mínimas – as discussões são minimizadas quando duas pessoas pensam parecido.

Conceito

Mas afinal, o que é ser realmente liberal? O dicionário traz vários termos, porém mais voltados para a economia, política ou generosidade e nenhum deles se aplica ao nosso estilo de vida. Até porque, o termo “liberal” no swing é relativamente novo. Tão novo que tem gente que acredita que ser liberal não tem nada a ver com swing.

Individualidade

E aí entramos em outra questão do porquê o meio liberal não é tão liberal: pontos de vistas individuais. Cada pessoa tem uma ideia do que é ser liberal baseado em suas próprias experiências, crenças e ambientes em que vive. Para uns, ser liberal é transar com outra pessoa; para outros, ser liberal é ficar sem roupa; para outros ainda, ser liberal é fazer qualquer coisa. Muitos dizem que não há regras no mundo liberal enquanto outros afirmam que nada pode existir sem regras, até mesmo o mundo liberal. Quem está certo?

Me pergunto se quem questiona se o meio liberal é realmente liberal não esteja querendo acelerar um processo que não lhe cabe. Porque para ele, é fácil permitir e permitir-se. Mas para quem não se permite tanto assim, a coisa é mais difícil porque é intrínseca: se a vontade de pensar “mais” liberalmente não vier de dentro dele, nada mais adianta.

No fim, a máxima do swing “tudo é permitido, nada é obrigatório” ainda me parece ser a melhor saída para o meio liberal. O respeito a si mesmo (tudo é permitido) + o respeito ao outro (nada é obrigatório) resume muito bem o que é ser realmente liberal.

Beijosssssssss

 

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