Até pouco tempo quase não se falava sobre esse jogo, mas a Amazon Prime fez o favor de colocar no ar uma série que mostra como o jogo das chaves funciona em um grupo de casais. Não quero falar sobre a série – isso você mesmo pode assistir e tirar suas próprias conclusões. Quero falar sobre o jogo em si, que vocês devem imaginar, não é nenhuma novidade pra quem está no swing há muito tempo.
Em 2007 nós éramos membros de uma sociedade swinger que organizou uma excursão para Curitiba. Fretaram um ônibus e os casais viajariam até uma casa de swing da capital paranaense numa espécie de intercâmbio de swingers. A ideia a princípio nos deixou bem animados e começamos a pensar na possibilidade de irmos também. Mas aí alguém teve a ideia de todos os casais viajarem trocados, rolaria um sorteio no busão e os maridos pegariam um papel com o nome das esposas para irem sentados juntos. (ou fazendo outras coisas…)
Abortamos a viagem na hora, a mera ideia de passar 6 horas sentado ao lado de alguém que não tem nada a ver com a gente era repugnante. E se a gente não entrasse na brincadeira passaríamos por chatos, o swing ainda era novidade pra gente e não queríamos ter que passar por esse constrangimento.
O jogo das chaves tem um porquê. Uma das teorias de surgimento do swing diz que os pilotos da força aérea americana levavam suas famílias para a base militar. Criou-se um pacto entre eles, quem sobrevivesse ao combate tomaria conta da família de quem não voltasse. Era uma comunidade com regras de condutas só dela, incluindo aí a o compartilhamento de esposas.
Segundo o casal de sexólogos Joan e Dwinght Dixon, as “key parties” surgiram na caserna (alojamento para soldados) na Segunda Guerra Mundial e o termo “key club” foi adotado no pós-guerra como sinônimo de um tipo muito peculiar de estabelecimento, que casais frequentavam para fazer sexo com outros casais. (Marcos Nogueira, A Sociedade Secreta do Sexo).
Na prática, nunca vimos acontecer, nunca participamos de uma, nunca nem ouvimos falar que alguém fez. Não pretendemos fazer nada parecido muito menos temos um pingo de vontade de participar de um. Porque se pensarmos bem, o jogo das chaves vai contra o que os swingers querem: liberdade sexual.
Confesso que me dá um certo nojinho quando penso em estar em um jogo das chaves… ewwwww! Não me agrada nem um pouca a ideia de ter que fazer sexo com alguém porque um “jogo” disse que eu tenho. Na verdade, qualquer coisa que eu TENHA que fazer é muito incômoda pra mim; imaginem quando se trata de sexo… forçado? Nem a pau, Juvenal!
Sexo, amores, como já disse milhares de vezes, tem que ser feito porque você quer, com quem você quer. Cuidado com as “obrigações” sexuais, ta? Mesmo que seja parte de um jogo, você sempre pode dizer “não”.
Beijossssssssssssss