Vira e mexe eu vejo pessoas mais antigas no swing dizendo que as casas já não são mais como antes, que hoje as pessoas não vão para o swing transar e que antes é que era bom, porque havia uma ideia fixa de que swing é sexo e ponto final. Deixando o saudosismo de lado, será verdade que hoje o swing não é mais swing? Existe mesmo um novo conceito de swing? Pode-se dizer que hoje quem manda é a nova geração do swing? Eu não sei se tenho essas respostas, mas vou contar quatro coisas que aconteceram recentemente que me fizeram pensar sobre o assunto.
Caso 1
Alguém me procurou no whatsapp perguntando se a gente iniciava casais. “Se rolar afinidade… sim.” foi minha resposta. Em seguida recebi várias fotos do casal então eu disse que poderíamos marcar de se cencontrar numa casa de swing.
— Nós não queremos swing — foi a resposta da pessoa. Fiquei um tempão tentando entender no que é que a pessoa queria ser iniciada por um casal swinger se eles não queriam swing. No fim da conversa, a conclusão foi que eles não queriam ir numa casa de swing, queriam encontro direto e reto para sexo. Como nós não temos nem tempo nem vontade para encontros assim, assunto encerrado.
Caso 2
Todo novo estabelecimento comercial swinger começa dizendo que tem um novo conceito de swing, como forma de dizer que será inovador, moderno e melhor do que o que já existe no mercado.
Pensamento: um lugar que se chama swinger deve ter conceito swinger, senão não pode ser chamado de swinger. O novo conceito viria em alguns pontos, mas o grosso ainda seria a velha troca de casais quadradinha?
Caso 3
Li uma reportagem sobre dogging e no final havia um comentário de Christian Dunker, psicanalista convidado da revista, que dizia (parafraseando) que o sexo na rua ganhou espaço porque as pessoas se sentem livres. Diferentemente do swing e do BDSM, que conquistaram espaço na sociedade mas são cheios de regras.
Caso 4
Trecho de uma matéria da revista Marie Claire de 2005:
Apesar desse novo formato de swing estar conquistando público, alguns adeptos antigos da prática se queixam do modelo atual. Muitos dizem que está ocorrendo uma “deturpação” do estilo de vida liberal com a entrada de curiosos. “Frequento o meio desde os anos 80 e muita coisa mudou. Agora as pessoas não querem nada além de uma transa casual”, diz o web-designer Marcio, de 41 anos. “O cara acha legal transar com a mulher do outro, mas, na hora dos outros partilharem a mulher dele, sai fora, não segura a onda. Hoje, o swing virou um bordel de luxo.”
Conclusão
Pelo dicionário, swing é troca de casais, mas cada vez mais eu penso que ser swinger não se define por uma prática ou outra. Transar numa casa de swing ou pegar qualquer um na net e levar para o motel são práticas de sexo não-convencionais, bem como o exibicionismo, o dogging, o menage a trois… Geralmente quem se permite experimentar uma dessas práticas, acaba também experimentando as outras.
Não que não exista uma definição para a prática do swing, pelo contrário. No swing, tudo é permitido e nada é obrigatório, então, uma pessoa pode se considerar swinger sendo frequentadora de uma casa de swing unicamente para exibicionismo. Bem como outra pessoa pode se considerar swinger porque pratica o menage masculino todo fim de semana.
Talvez o swing possa ser definido por ‘prática sexual não-convencional + frequência elevada’, talvez o swing não possa ser definido de forma alguma, talvez o swing seja mesmo somente troca de casais. Não sei, apesar de estar há anos no meio e praticar tanto a troca de casais quanto quase todas as suas variáveis. É muita mais fácil praticar o swing do que defini-lo! kkkkkkk!
Mas eu sei que conceitos variam de pessoa pra pessoa de acordo com sua história de vida, de acordo com o que cada um acredita ser verdade, de acordo com cada personalidade. Então cabe a você responder: acredita em um novo conceito de swing?
Beijossssssss