Ícone do site Marina e Marcio

Marina e Marcio um Ano Depois da Descoberta

Hoje completamos um ano de vida liberal assumida e como se trata de um assunto ainda controverso no swing, gostaria de compartilhar com vocês o que sentimos até aqui.

Como fomos descobertos?

Antes de mais nada, eu não gosto muito dessa palavra “descobertos”, porque dá a impressão que fazíamos tudo bem escondido – e vocês leitores, mais do que ninguém, sabem que não é bem assim. O blog sempre foi público, sempre demos entrevistas por aí e sabíamos que mais cedo ou mais tarde alguém nos reconheceria, mesmo com rostos borrados ou os disfarces que usávamos.

E foi “disfarçados” que fomos reconhecidos. Até porque, se passássemos dessa, até eu acharia um absurdo ninguém falar nada! kkkkkkk. Demos uma entrevista para o UOL que ficou nos destaques do dia; e mesmo não sendo a foto de chamada da matéria, foi a nossa foto que ficou lá em destaque. Um sobrinho reconheceu e acionou a família: “ué, não é o tio Marcio aqui?” Daí um fofoqueiro entrou em ação e espalhou a notícia.

Muitos já sabiam

Estávamos em Balneário Camboriú quando demos essa entrevista, por telefone. O propósito da viagem era contar aos filhos porque achamos que tinha chegado a hora. Mas por uma série de motivos não conseguimos, e ficamos de contar no próximo fim de semana: a matéria saiu antes! Conto isso pra vcs verem porque não gosto muito da palavra “descoberto”, afinal realmente era a hora de contarmos e estávamos preparados para todas as possíveis reações.

Uma delas é que várias pessoas, da família inclusive, disseram que já sabiam, ou desconfiavam. Por ouvirem entrevista em rádio ou por caírem de para-quedas no blog, muitos sabiam que éramos swingers mas não mudaram em nada a postura deles em relação à gente; muito menos tocaram no assunto. Pra eles, quem sabe da nossa vida somos nós.

Já para outros foi a melhor notícia da vida, fazendo questão de espalhar pra todo mundo como somos “imperfeitos”. Para outros ainda, foi uma grande decepção, um verdadeiro luto, algo a se lamentar até o dia da morte. E como nós lidamos com essas reações diversas? Com um foda-se enorme – com todo o respeito a quem achava que pautaríamos nossas vidas pelas reações/frustrações/alegrias dos outros.

Maiores preocupações

Mas como também não é assim (só ligar o foda-se e bora…) haviam duas coisas das quais precisávamos de “aceitação” do nosso estilo de vida justamente para manter nosso estilo de vida: filhos e trabalho. Com os filhos foi super de boa. Eles estão no grupo dos que ficaram muito felizes por (finalmente) sermos honestos com eles, o que fez nossa união familiar aumentar mil por cento. Sensacional!

Já o trabalho era um pouco mais preocupante, afinal, a empresa aceitaria um dos seus gerentes assumindo-se swinger? E a resposta foi positiva. Até porque nunca rolou um super papo empresarial sobre o assunto, mas todos sabem e ninguém toca no assunto. O tratamento é sempre profissional – como deve ser.

Para mim como psicóloga, tive um aumento na procura por atendimentos clínicos, pois muitos entendem a minha posição como um caminho facilitador de aceitação alheia.

Contamos Para os Filhos que Somos Swingers

Entre os swingers

Por incrível que pareça, um dos maiores preconceitos em relação a nos assumirmos veio do próprio meio liberal, acreditam?! O que teve de swinger querendo nos desqualificar dizendo que ‘swinger de verdade não mostra o rosto’ não é brincadeira! Tem muito swinger por aí querendo mandar no mundo do “tudo é permitido, nada é obrigatório”. E desses vem cada ataque pra cima da gente que até parece ditadura, querendo impôr a verdade deles na nossa vida. Esses, pra nós, são os piores preconceitos que poderíamos receber.

Ao mesmo tempo, muitos swingers enxergam em nós uma possibilidade de um futuro menos preconceituoso com as práticas liberais. Por esses nós temos energia para continuar defendendo nosso estilo de vida por aí.

Resumo da ópera

Não há muita diferença para nós sermos assumidos swingers. O contato com nossos pais foi um pouco mais demorado mas hoje já foi restabelecido de uma forma tranquila. A periodicidade com que os vemos continua praticamente a mesma; o tempo que visitamos outros parentes ou amigos PBs também continua o mesmo (quase zero); o tempo que passamos com os filhos ganhou uma qualidade absurda e nós não precisamos mais esconder nossos rostos nas fotos. Que maravilha!!!

Se você pensa em assumir a vida liberal também, saiba que cada casal vive uma situação diferente. Para nós foi fantástico, mesmo com fotos e vídeos nossos espalhados por aí (a gente é exibicionista, então, no fundo, é um tesão! rsrsrs). Mas não é assim pra todo mundo.

Muitos casais não tem filhos preparados para aceitar o diferente como nós preparamos os nossos. Muitos não tem uma profissão mais liberal como nós temos, capaz de se manter caso aconteça da empresa ser preconceituosa ou muito tradicional. Essa é a nossa história.

 

Beijosssssssssss

Sair da versão mobile