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Como Falar Sobre Sexo Com os Filhos

como falar de sexo para os filhos

Esse seria o bicho papão dos pais que adotam o swing como estilo de vida: como falar para os filhos que somos swingers? Ou mesmo, a gente tem que falar alguma coisa? Não, não tem. E essa é a primeira coisa que deixo clara neste post: fala quem quer. Ou quem precisa falar por algum motivo. Fato é que a intimidade do casal diz respeito ao casal e só a ele!

Eu até penso mais como a Regina Navarro Lins, que diz que a vida sexual de alguém diz respeito somente a ela e a mais ninguém, nem mesmo ao parceiro; que dirá então quando se trata da vida íntima de um casal, né? E se você ainda tem dúvidas disso, é só lembrar quantas pessoas chegam no churrasco de família dizendo que pegaram a esposa de quatro na noite passada. Ninguém, né? Porque a vida sexual das pessoas diz respeito a elas!

Mas se você encontra no swing um estilo de vida tão legítimo quanto qualquer outro e não tem problema nenhum em dizer isso pra ninguém, os filhos devem ser avisados em algum momento. É como a educação sexual, mais cedo ou mais tarde, é bom que ela seja dada aos filhos. Na verdade, a gente não educa da noite pro dia; a gente educa durante a vida.

Primeira Infância

Começando, amores, quando o bebê ainda está na barriga. Está provado que o bebê reconhece um monte de coisa na gestação, e sente tudo que a mãe sente. Oras, se a mãe já é swinger bem resolvida, essa criança já sente que não há problema algum em sexo fora do padrão. Todo o nascimento é cercado por sexualidade – passagem pelo canal vaginal, amamentação. E quando tudo isso é feito com trocas de carícias (bem aceitas e bem recebidas) entre mãe e filho, cria-se uma ideia mais adequada do que é dar e receber prazer.

Até mais ou menos dois anos de idade, a sexualidade é trabalhada nessa troca entre mãe, pai e filho. No banho, na alimentação, na troca de fraldas… procure fazer desses momentos a melhor hora do dia. Conversando com o bebê ao tocar na pele, ensinando a higiene da região genital com calma, paciência e se possível bom humor. E assim os pais constróem uma base segura dentro dos filhos para, no futuro, falar sobre sexo com mais naturalidade.

Segunda Infância

Dos 4 aos 6 anos, na fase da curiosidade, é bem possível que eles apareçam com as famosas perguntas cabeludas – mas que só são cabeludas pra quem acha que é. Lembrem que a criança nem sabe o que é “cabeluda”, ela só quer aprender tudo o mais rápido possível. Por isso, quando o filho chegar com uma dúvida, a primeira coisa a fazer é perguntar de volta: “porque você quer saber isso?” Ou, “onde você ouviu essa palavra?”

Assim você entende o contexto da curiosidade do pequeno e não fala nada além da compreensão dele, o que poderia gerar mais curiosidades e mais dúvidas que ele nem mesmo entende. E então, depois de entender o contexto, você responde somente aquilo que a criança perguntou. Por exemplo: a criança pergunta: “o que é sexo?” Você pergunta de volta “onde você ouviu essa palavra?” “Na televisão, um moço foi trabalhar e o chefe perguntou qual era o sexo dele”.

Jeito de Falar

Pode ser que a partir daí ela tenha outras dúvidas, mas muito provavelmente relacionadas àquilo que você vai responder. Tipo, se menino é diferente de menina, porque eles são diferentes… e o ideal é que você responda com voz calma, sem parar de fazer o que estiver fazendo e um sorriso no final da resposta. Esses gestos indicam que você trata o assunto com naturalidade, e talvez, isso seja até mais importante do que responder as perguntas com muitos detalhes ou complexidades.

Mas atenção, quando a criança demonstrar muita curiosidade em torno do assunto sexo (o ato em si), é o momento de fazer a educação sexual em casa. Como cada criança é diferente, bem como cada família tem um jeito de viver, é melhor que o modo de educar seja decidido entre os pais/responsáveis da casa. Se tiverem muita dificuldade, comprem livros, façam uma visita a uma educadora sexual ou psicóloga.

Como Fizemos

Conosco foi assim: percebemos que os meninos despertaram essa curiosidade sexual mais ou menos entre 6 e 3 anos. Tínhamos o costume de ler um livro com eles todos os dias antes de dormir, então compramos um livro infantil que tratava sobre a reprodução humana e líamos uma parte todos os dias. Além disso, deixamos o livro disponível para que eles pudessem folhear sempre que quisessem. Depois disso, as perguntas pararam.

E então fazíamos uma vez por semestre um evento em casa que chamávamos de acampamento: montávamos barracas com os lençóis e todos entravam lá dentro para conversar sobre qualquer assunto. Claro, sexo era sempre um deles. E sempre tratado com naturalidade, abordando outras formas de sexualidade além da hétero-padrão. E principalmente, o respeito às diferentes formas de pensar, ser e existir. Esse é o ponto fundamental para quem quer contar que é swinger. O resultado é que temos uma família feliz, divertida, saudável, onde temos a liberdade de conversar sobre tudo que eles quiserem.

Mas eu sofri muito, gente, porque quando eles eram pequenos eu me questionava se estava fazendo certo, se o que estava ensinando era o correto. Chorei, me culpei, duvidei. A maior dificuldade na educação é só saber se deu certo anos depois. Pra mim deu, e acredito que se você se preocupa em dar uma educação sexual ampla em casa para seu filho, também dará certo pra você. Porque onde há preocupação, há pesquisa, há procura, há empenho em fazer o melhor possível.

Desejo um ótimo dia das mães para todos que tem em suas mãos a responsabilidade de cuidar de uma criança.

Beijossssssssssssss

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