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Câncer, Eu Tive e Venci

Marcio Swing MarinaeMarcio

Ontem, 4 de fevereiro, foi o Dia Mundial do Câncer. E essa doença aproveitou a pandemia de Covid-19 para causar mais estragos. Uma estimativa da Sociedade Brasileira de Patologia aponta que ao menos 200 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico de um tumor em 2020. Já a Sociedade Brasileira de Radioterapia informou que 61% dos centros que aplicam esse tratamento observaram uma redução de mais de 20% no movimento de pacientes. Como se não bastasse, um levantamento online do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) sugere que 44,3% das mulheres não foram ao ginecologista em 2020, o que é uma medida vital para detectar precocemente tumores como o de colo de útero.

Estou abordando esse tema aqui com vocês para contar a minha história, eu, Marcio, tive câncer. Sim, isso aconteceu há uns 16 anos atrás, mas foi algo que me assustou bastante ao receber o diagnóstico.

Minha história

Em 2001 mais ou menos, eu comecei a perceber um carocinho estranho do lado da minha coxa direita. Fui ao médico para ver o que poderia ser. Ele pediu para eu fazer um ultrassom e o resultado foi que se tratava de um lipoma (tumor benigno, composto por células de tecido adiposo, que se acumulam dentro de uma cápsula fibrosa logo abaixo da pele, no tecido subcutâneo. Muitos referem a ele como “bolinhas de gordura”). E a decisão desse médico foi que eu não deveria tirar, não tinha necessidade.

O tempo foi passando e percebi que esse carocinho estava maior, então, um ano depois decidi procurar outro médico. Esse médico me pediu os mesmos exames e durante o ultrassom o médico que estava realizando o procedimento me falou que realmente era um lipoma que eu podia ficar tranquilo e até me mostrou um caroço que ele tinha perto do peito, me falando que também era um lipoma e que estava ali faz tempo e não iria operar. Bom, com isso, a decisão mais uma vez junto ao médico foi, não vamos operar, não tem necessidade.

Em 2003 tivemos que nos mudar para Londrina por questões de trabalho. Alugamos uma casa dentro de um condomínio que tinha duas piscinas, uma normal e outra para biribol. Por causa disso, eu acabava usando sunga muitas vezes e esse carocinho aparente na minha coxa estava me incomodando esteticamente. Decidi então procurar um médico ali da cidade. Ele me pediu os mesmos exames, também foi detectado como lipoma, só que dessa vez eu falei que queria ser operado, não queria conviver com esse carocinho (que já não estava tão pequeno assim). Ele falou que tudo bem, marcamos a data, fizemos a cirurgia e ele enviou o carocinho para biópsia.

O Resultado da Biópsia

Alguns dias depois o médico me chamou para conversar e entregar o resultado da biópsia. Ao me entregar o resultado, ele não me falou nada, simplesmente me indicou um médico oncologista para eu conversar. Achei estranho e fiquei preocupado, então, chegando em casa, abri o resultado da biópsia e lá estava escrito que foi detectado um lipossarcoma de corpo mole alveolar. Claro que não fazia ideia do que era isso e fui pesquisar no google, o resultado, tumor maligno, um tipo raro de câncer. Ao ler isso minhas pernas ficaram moles, veio um sentimento de fim, senti como se minha vida fosse acabar em dias ou quem sabe meses. Chorei, a Marina do meu lado me abraçava e me falou para ficar tranquilo, que devíamos procurar um especialista antes de nos preocuparmos com algo.

Foi o que fizemos, fui ao médico oncologista indicado pelo dermatologista que me operou. Ele viu o resultado da biópsia e me falou para ficar tranquilo. O tumor era pequeno e era de baixo grau, sem células redondas. Depois fui entender que os tumores malignos possuem uma escala de agressividade, e o meu, graças a Deus, era de baixo grau.

As cirurgias

O oncologista marcou então a cirurgia para tirar o tumor e me avisou que tentaria preservar o músculo da perna. Após a biópsia dessa cirurgia, foi verificado que não tivemos margem livre e marcamos uma nova cirurgia. Nessa nova cirurgia o médico precisou ir um pouco mais fundo e teve que retirar parte do músculo, mas esse músculo não influenciaria em perda de movimento da perna.

Após biópsia dessa nova cirurgia, foi detectado que agora tivemos margens livres e a partir dai segui com um procedimento de acompanhamento de 6 em 6 meses durante 2 anos para verificar se estava tudo livre. Depois meus exames de rotinas passaram a ser de 1 a 1 ano, depois 2 a 2 anos, até que o último médico me falou para ficar tranquilo. Já tinha se passado vários anos e que iria pedir mais uma bateria de exames para eu comprovar que estava 100% curado e nunca mais me preocupar com isso.

E qual a relação disso com o Swing

Sinceramente, não precisava ter relação para abordar um tema que acho muito importante como esse e contar a minha história, mas até nisso eu vejo relação sim. Quando entramos no swing, começamos a nos cuidar mais. Cuidamos mais do corpo, da mente, da saúde, afinal, o ambiente swing é também um ambiente competitivo, onde as pessoas que te interessam também interessam outras pessoas e estar bem é fundamental para se tornar interessante, chamar a atenção. Eu insisti em fazer a cirurgia por uma questão estética, eu não estava contente com algo no meu corpo. Se não fosse isso, não sei se estaria aqui hoje escrevendo esse post.

Portanto amigos, se cuidem! Se algo não lhe agrada, procure melhorar! Faça seus exames de rotina, cuide do excesso de bebida, drogas, gordura, etc.

A vida é uma dádiva! Viver vale muito a pena! Viver no swing então, é uma delícia!

Espero que a minha experiência possa te ajudar, ajudar a tomar a decisão de se cuidar mais, ajudar na decisão de fazer seus exames de rotina ou ajudar a ver que mesmo se tiver um diagnóstico de câncer, é possível vencer! Se mantenha positivo, sei que assusta ao receber uma notícia dessa, mas se manter otimista, alegre, pra cima e contar com o apoio e carinho das pessoas que te amam é fundamente na superação.

Fui!!

Fonte: https://saude.abril.com.br/medicina/dia-mundial-do-cancer-19-destaques-para-se-proteger-da-doenca/

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