Dentre todas as DST’s possíveis de se contrair, existe uma que, com certeza, é a mais temida! O HIV.
Apesar de ser uma doença de fácil diagnóstico, fácil prevenção, possuir tratamento gratuito pelo SUS e da evolução de seus medicamentos, a maioria das pessoas sexualmente ativas, principalmente aquelas com múltiplos parceiros, já tiveram medo ou receio de ter contraído a doença em algum momento de descuido na hora da relação.
Os mitos, os preconceitos e a falta de informação são os responsáveis por essa ser a DST mais temida.
Mas como ocorre a transmissão? Quais as chances de contrair? Qual a via sexual mais perigosa?Como funciona a profilaxia? Como estão as estatísticas no mundo? E no Brasil?
Bom, primeiro temos que esclarecer alguns pontos:
- O fato de ter relação desprotegida com alguém sabidamente soro positivo, não quer dizer que você vai contrair a doença. A carga viral, o CD4, a via sexual, possuir outras DST’s, lesões ativas…é tudo isso somado que indica o risco (e mesmo assim nunca é 100%).
- Não existe estereótipo para HIV, como por exemplo, “só homossexuais tem HIV”, ou, “HIV atinge as classes mais baixas”. A distribuição ocorre em todos os níveis sociais, faixas etárias e orientações sexuais.
- Beijo, abraço e aperto de mão não transmitem o HIV.
Os riscos de contágio mudam conforme a via sexual. Veja a seguir as probabilidades de contrair a doença por cada uma delas na relação desprotegida:
-Beijo na boca: 0,0% (se não houver lesões na boca)
-Sexo oral insertivo: 0,04%
– Sexo oral receptivo: 0,1%
– Sexo vaginal insertivo: 0,30%
– Sexo vaginal receptivo: 0,38%
– Sexo anal insertivo: 0,62%
– Sexo anal receptivo: 0,82% a 3,23%
– Compartilhamento de seringas: 2,4%
– Transfusão sanguínea: 92,5%
*Observe que em todas as vias, quem recebe o pênis (geralmente a mulher) tem maior chance de contrair do que quem insere (homem).
*Observe também que mesmo se receber uma transfusão sanguínea de um soropositivo, a transmissão não é 100%.
*Lembrando que essa porcentagem é calculada de acordo com o número de exposições, ou seja, quanto mais relações desprotegidas houverem, maior é a chance de contrair.
INCIDÊNCIA NA POPULAÇÃO:
Em 2015 a UNAIDS fez um levantamento estatístico no Brasil e publicou os seguintes dados:
– Haviam 830.000 pessoas vivendo com HIV
– 44.000 novas infecções
– Prevalência de 0,4 a 0,7% nas pessoas entre 15 e 49 anos
– 10% de soropositivos não possuem o diagnóstico
– HIV aumentou entre os jovens, nos últimos 10 anos esse número triplicou na população entre 15 e 19 anos e dobrou entre 20 e 24 anos
– A região sudeste do pais possui a maior porcentagem de soropositivos
– Ha mais mulheres infectadas no Brasil do que homens.
– Os números de novos casos em heterossexuais está superando os dos homossexuais.
A IMPORTÂNCIA DO TRATAMENTO
Uma pessoa com diagnóstico de HIV, se realizar o tratamento de maneira correta, poderá viver normalmente por muitos anos e não, necessariamente, irá vir a morrer de alguma causa relacionada ao HIV.
Outro fato importante é que ao manter um tratamento adequado a carga viral do paciente poderá diminuir até se tornar indetectável, logo, os riscos de transmissão para outras pessoas diminuem expressivamente.
E para as pessoas que tiveram contato com pessoas de carga viral positiva ou desconhecida? Para isso existe a profilaxia, em que a pessoa será submetida a exames, fará uso de alguns remédios e será acompanhada por um médico. Essa profilaxia diminui em 90% o risco de contagio.
OK Dr. o senhor falou muito, e qual conclusão podemos chegar com tudo isso?
- O uso do preservativo é obrigatório para as relações sexuais, principalmente com parceiros desconhecidos.
- Nas relações passivas o risco de contagio são maiores
- No sexo anal desprotegido o risco é maior do que vaginal e oral
- Ter lesões ativas na boca, pênis ou vagina aumenta a transmissão em todas as vias.
- Os casos de HIV continuam em níveis altos. Ou a população não está se cuidando ou não está se tratando.
A CAMISINHA É O MELHOR MEIO DE PREVENÇÃO! PROTEJA-SE.
Por Dr. Bruno Jacob
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