**ATENÇÃO**
Este post pode causar sérias discussões para aqueles que não conseguem respeitar opiniões diferentes.
Eu tenho evitado de falar em determinados assuntos polêmicos porque encaro o blog como um entretenimento. Mas não é de hoje que percebo o quanto as pessoas sofrem por falta de uma luz no fim do túnel que as ajude a entender melhor o que se passa dentro delas. Por mais diferentes que as pessoas sejam, sempre haverá alguém passando por uma situação parecida e saber como a pessoa saiu daquele inferno, pode ajudar.
Não é de hoje que sabemos o quanto o Brasil é um país religioso. Em 2007 ele estava em segundo lugar no ranking dos países mais religiosos, perdendo por pouco para a Indonésia. E as religiões de cunho cristão compõem a esmagadora maioria de 90% da população brasileira. O que isso quer dizer na prática?
Que 90% dos brasileiros nasceu , cresceu e viveu a maior parte da vida acreditando que se não for bonzinho vai para o inferno. Ou vai sofrer a morte eterna. Ou o papai Noel não vai trazer um brinquedinho no natal (qualquer semelhança não é mera coincidência). E quando a gente entra no campo do sexo, aí a coisa complica mais ainda.
Aquele controle que a Igreja exercia na Idade Média conseguiu se perpetuar até hoje, muito provavelmente graças ao medo que vêm da falta de informação adequada. E nem é preciso ir muito longe para ver o quanto esse poder ainda é forte, basta dar um pulinho em qualquer cidadezinha menor, ou mesmo em um bairro de uma cidade grande. Quantos foram forçados a casar porque tiveram relações sexuais? Ou porque a mulher engravidou? Ou porque não queriam ficar “falados” na comunidade ou ser excluídos do convívio dos seus queridos?
Em relação aos que já se casaram, quantos não usam preservativo porque a religião não deixa? Quantos vivem uma vida conjugal terrível porque se divorciarem não poderão mais participar dos rituais da igreja? É incrível o quanto o medo de algo que, ninguém conseguiu provar se existe mesmo, comanda a vida de quase todo mundo…
Eu e o Marcio crescemos em famílias extremamente evangélicas, daquelas que beiram o fanatismo. Lembro de ter tido uma infância baseada em regras: isso pode, isso não pode, isso não pode, isso também não pode… e nunca me davam uma explicação – nem mesmo uma bem bobinha – para as coisas que eu queria fazer e não podia. E nem era nada absurdo como sair pelada na rua, eram coisas como tomar um banho de mar ou assistir televisão. Até ouvir música no rádio era proibido se não fosse música da igreja.
Acontece que tanto eu quanto o Marcio não somos de aceitar imposições que não façam sentido para nós, (pra mim, mesmo que faça sentido me incomoda demais ser obrigada a fazer qualquer coisa que seja… rsrsrsrs), então nunca nos contentamos com respostas do tipo “porque sim” e fomos atrás de entender porque a gente gostava tanto de sexo, e com outras pessoas!
E é exatamente isso o que muitos casais nos perguntam – e nós nunca respondemos porque achamos que cada um precisa encontrar o seu caminho, já que a religião é algo totalmente pessoal. Mas como disse lá no começo, talvez a nossa experiência possa ser uma luz para quem está perdidinho por aí. A capacidade de praticarmos swing mesmo tendo uma base religiosa está no entendimento de algumas coisas:
- O ser humano foi criado por Deus, sendo assim, o sexo também.
- Dizer que sexo é pecado, ou mesmo não usar o sexo para sentir prazer, é dizer que Deus errou feio quando criou sua “obra-prima”.
- Fazer sexo é parte inerente da vida humana, bem como o é o respirar, o comer e o andar. Nada demais, nem de menos.
- Religião é uma coisa, ter fé é outra. Só no Brasil existem mais de 40 religiões registradas oficialmente, cada uma com seu conjunto de regras, normas e rituais. É perfeitamente possível acreditar em forças sobrenaturais (superiores) sem estar ligado a uma determinada religião.
- A prática do swing não faz mal nenhum, nem a nós, nem aos outros. Pelo contrário, além de nos tornar pessoas melhores, com uma visão de mundo mais respeitosa ao outro e menos preconceituosa, nos deu a oportunidade de ajudar outras pessoas a encontrarem um caminho onde pudessem ser felizes.
- Fé e crenças são coisas absolutamente abstratas que moram única e exclusivamente na mente de cada pessoa. Ou seja, a religião nada mais é do que acreditar em algo, automaticamente, é isso o que irá conduzir a vida de alguém. A partir de então, cada decisão, cada escolha, cada movimento da pessoa, será feito baseado naquilo que ela acredita. Porque não existe coisa pior do que colocar a cabeça no travesseiro e não conseguir dormir por falta de paz. E quem não tem paz, não dorme, não tem saúde, não se concentra no trabalho, entra em depressão, morre de ansiedade…
- Segundo a Bíblia, o pai da mentira é…? E o pai do sexo é…?
As pessoas perguntam se eu não tenho medo de pegar uma DST, se eu não tenho medo de ir para o inferno, se eu não tenho medo de perder o marido… Querem saber qual é meu maior medo? Descobrir que as minhas crenças, aquilo que norteia todas as coisas que eu faço, são falsas. Eu entraria em surto psicológico, pane geral, zéfini!!! kkkkkkk. E hoje, meus queridos, eu acredito em duas coisas:
- A vida acaba a qualquer momento e não há nada que eu, você, nem ninguém possa fazer a respeito.
- No bem contra o mal – eu não consigo fazer mal propositadamente para quem quer que seja, vai totalmente contra o que eu acredito, sendo impossível. (Confesso que já tive muita vontade de prejudicar outras pessoas que me trataram mal, mas nunca, nunca, NUNCA, consegui fazer qualquer coisa sabendo que era pura maldade). É por isso que eu durmo tranquilamente todas as noites.
No final de tudo, a única coisa que eu preciso que você entenda é: estar em paz é harmonizar pensamentos e ações. Você tem dormido em paz? Então está no caminho certo.
Beijosssssssss