Se você começou a frequentar o meio swinger, certamente já ouviu falar sobre padrinhos e afilhados. A ideia dessa relação é similar ao que conhecemos no mundo PB – padrinhos são como segundos pais de seus afilhados que, por sua vez, os tratam como os próprios filhos. No swing, é quase a mesma coisa, a diferença está na escolha: temos a liberdade de escolher nossos padrinhos e afilhados.
O conceito surgiu em 2007, quando uma rede de swing criou um sistema de expansão baseado no convite pessoal: quem convidava se tornava padrinho de quem convidou, tornando-se responsável por ele dentro da comunidade. Com o passar do tempo, o swing ganhou espaço como “liberal”, tirou um pouco do estigma da palavra swing e avançou na sociedade como uma opção de vida amorosa normal entre os jovens.
A moda do descolado, o declínio do casamento como instituição e a busca pela normalidade de formas não monogâmicas de amar, fizeram com que o conceito do apadrinhamento swinger ganhasse força em várias esferas liberais, não se atendo apenas à rede que o criou.
Mas como saber quem é meu padrinho, Marina?
Elementar, meus caros Watsons; quem foi que te apresentou o mundo do swing? Por causa de quem você decidiu que o swing poderia ser uma opção para você? Quem é o seu casal-inspiração? Ou single-inspiração?
O swing, por mais divulgado e aberto que seja hoje em dia, ainda é um mundo fechado, algo que vive por indicações, que trabalha na confiança mútua. Por isso ninguém vira swinger sem que alguém tenha despertado esse interesse. Descubra quem foi esse ‘alguém’ e você saberá quem é seu padrinho.
Porque é isso o que os afilhados fazem, usam seus padrinhos como inspiração. Se pensarmos no mundo PB – onde não temos a opção de escolher nossos padrinhos – talvez não seja bem assim. Pode ser que seus padrinhos PB sejam pessoas horríveis, que não tenham nada a ver com você. Mas no swing… ah, o swing…! Não tem que ser assim. Aqui a gente vive a vida que quer. E que maravilha poder escolher seu próprio padrinho, não é mesmo?
Qual a função do padrinho no swing?
Pode parecer um negócio fácil, tipo, eu convido alguém pra uma rede de swing, ele me chama de padrinho e pronto. Não, amores, não é bem assim. Aliás, não é todo mundo que serve para ser padrinho (viu?). O padrinho vai além de uma simples nomenclatura. Ele sabe quem são seus afilhados, ele dá suporte quando precisam, ele ensina como se portar num ambiente liberal, ele mostra a filosofia por trás da prática, ele direciona o afilhado para os eventos que combinam com ele, e afasta o afilhado de festas furadas.
Quando um afilhado pensa em divórcio, é o padrinho que vai lá entender porquê, que dá força quando o afilhado perde o emprego, que paga a comanda do afilhado (porque sabe que ele está precisando naquele momento), que abre a porta da própria casa quando um afilhado pede socorro, que tira um tempo da própria vida para ouvir o afilhado quando ele precisa desabafar.
Exagero? Só pra quem acha que ser padrinho se resume a colocar alguém em um site de internet e dizer “já fiz minha parte, agora ele é bem grandinho e que se vire sozinho”. Infelizmente esse tipo de padrinho é bem comum, não é uma invenção da minha cabeça, ouvi vários comentários desse tipo quando um “afilhado” não era bem o que eles esperavam…
Também já ouvi muita gente dizer que nos consideram padrinhos deles, mesmo que nunca tenhamos nos encontrado pessoalmente. Porque foi através das nossas experiências que eles tiveram o desejo de viver o swing. Uma vez um casal ligou ao vivo numa entrevista na rádio Energia 97 pra dizer que éramos os padrinhos de verdade deles.
É função primordial do padrinho ajudar o afilhado até que ele tenha segurança suficiente para andar no swing por conta própria. E é tão bom quando percebemos que os afilhados não nos procuram mais, é como se tivessem aprendido a andar sozinhos e não precisam ter a mão dos padrinhos para segurança e apoio. Chega a ser emocionante!!
A relação padrinho-afilhado no swing, para nós Marina e Marcio, é profunda assim. Não tivemos um padrinho quando entramos no meio, fomos descobrindo tudo meio que sozinhos. É por isso que nosso entendimento de ser padrinho é tudo isso o que eu escrevi acima e mais tudo o que vocês vêem no blog: informação, dicas, conteúdo, psicologia do casal, recomendações, puxões de orelha… Nunca deixamos um afilhado sem resposta, mesmo que seja uma resposta chata ou triste.
Agora que você entendeu melhor o que é ser padrinho e afilhado no swing, pense bem na hora de escolher quem você vai querer chamar de padrinho para que não seja só uma mera formalidade; mas que você sinta verdadeiro orgulho em dizer: sou afilhado deles!
Beijosssssssssss