Taí uma coisa que acho interessante: toda vez que conhecemos alguém de fora do meio vem a pergunta “porque vocês começaram a fazer swing?”. O interessante nem é a pergunta, afinal todos temos curiosidade de saber dos outros; o interessante é que essa pergunta já vem com uma “resposta” acoplada: pra sair da rotina, né?
A gente nem precisa responder, acabamos concordando e partimos pra outro assunto porque esse pré-conceito está tão introjetado na cabeça das pessoas que mesmo que elas ouvissem outra resposta, o principal motivo ainda seria sair da rotina. Na boa, que rotina? As pessoas realmente acreditam que o único motivo para ter outros parceiros sexuais é porque o seu próprio parceiro não é criativo? Ou a gente não consegue sentir prazer só com o nosso parceiro?
São coisas que me fazem pensar e chego a conclusão que os swingers são justamente os caras mais criativos (e fora da rotina) que existem! Pra chegar ao ponto da prática da troca de casais, eu arrisco dizer que todas as outras opções já foram testadas e aprovadas. Pensar que swing é praqueles casais que quase nunca fazem sexo ou só ficam no papai-e-mamãe é coisa de quem é inocente (ou prefere não usar o cérebro).
Só faz sexo quem gosta de sexo, e quem procura mais sexo é porque gosta de sexo. Ninguém vai transar com três, quatro pessoas porque não gosta de sexo. Gosta sim e transa com seu próprio parceiro com certeza. E mais: tenho certeza que a transa não fica só no papai-e-mamãe! Então, porque as pessoas escolhem fazer swing?
Nesses anos todos e tendo conhecido diversos casais das mais variadas idades e culturas, me arrisco a listar alguns motivos – reais – para a prática do swing.
1 – Preferência por práticas não convencionais. Gostaria mesmo de entender qual é o problema em preferir o sexo a três ou mais; são preferências, da mesma forma que eu prefiro azul, mas uso também o vermelho, o amarelo, o verde…
2 – Gostar de sexo. Não só gostar como assumir para si mesmo e para seu companheiro. Tem muita gente que é insaciável (gosta de sexo todo dia, muitas vezes ao dia) e nem sempre encontra um parceiro que acompanhe esse ritmo. Vai separar só por causa disso? Pára, gente, estamos no século 21!
3 – Aumentar a cumplicidade. E que fique claro que essa tal cumplicidade cresce quando o casal compartilha momentos só entre eles (nada de família, amigos ou parentes querendo saber o que eles estão fazendo ou porque, entendeu?).
4 – Aumentar a auto-estima. Poucas coisas na vida elevam tanto a auto-estima de uma pessoa do que sentir-se desejado. Não é só ouvir “você é lindo” mas é sentir que tem gente que quer você, do jeito que você está.
5 – Descobrir gente como a gente. Quando as primeiras ideias de swing começam a aparecer na nossa cabeça, a gente tem a tendência de achar que somos os únicos loucos que pensam assim. Ao encontrar outras pessoas que pensam como nós, que sentem como nós e que tiveram experiências parecidas conosco, deixamos de pensar que somos loucos e passamos a nos entender melhor.
Ainda poderia listar outros pontos como sair da rotina ou variar o ato sexual, mas acho que se analisarmos esses motivos básicos no fim das contas a gente sempre chega a algum desses mais complexos citados acima. Entrar numa prática não convencional é ir na contramão do resto do povo e a gente só faz isso quando o motivo mais forte é intrínseco, ou seja: quando vem de dentro da gente. Achou complicado? Eu nunca disse que ser swinger era fácil 😉 mas pra quem está pensando em começar, sugiro que não faça sem uma boa auto avaliação. Mas isso é assunto para um outro tópico…
Beijossssssssssss